quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Que Tudo Mais Vá Para O Verso

Ontem você me perguntou:
- Oi, meu amor, como vai?
Disse: "Estou bem, sabes como estou"
Sabes também que a tristeza é o melhor
Que me cai
Porque meu melhor são meus ais,
Ai, ai...

Sabe, prefiro não escrever
Prefiro dizer não ao não
Mas é com dor que se vem
E com paz que se vai

Então, se a vida é uma linha torta
A alegria é uma percorrida rota
Onde se esvai uma lembrança morta
Que seja!

Eu quero é essa musa sádica
Eu quero essa folha pálida
Que essa mão seja a do perverso
E que tudo o mais vá para o verso
Que tudo o mais vá para o verso

2 comentários:

  1. Vou ser a primeira a postar aqui? Mas que honra...

    Gabriel, o traço característico da sua poesia sempre foi a acidez. Nela se reflete todo seu pensamento crítico. O que se vê aqui, porém, é uma agonizante tristeza acima de qualquer acidez que poderia existir.

    Sua poesia sempre me deixará pensativa... Vc me pediu para ser ácida? Hoje não consigo. Quero apenas que saiba que, como de praxe, gostei mto... um beijo.

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  2. Para inauguração dos comentários, farei um comentário ao comentário.

    O poeta é um fingidor.
    Finge tão completamente
    Que chega a fingir que é dor
    A dor que deveras sente.

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