segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Morte Feliz

Meu maior desejo
É ter glórias no enterro
Imagino como seria
Me velarem hoje em dia

Vejo todos lá, de preto,
Com lembranças minhas, [e seus discursos]
Ressaltando meu acerto e 
Ignorando meus erros
Todos em volta do caixão, e
Como num altar de podridão,
Eu lá esticado, duro
E  sorrido, é claro
Pra devolver com juros
Todo escárnio que
A vida me impôs

E se assim for:
Que apodreça a carme inútil!
Que vá, ego sem compaixão!
No fim desta vida fútil
Ao meu lado não quero nenhum chorão

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