É ter glórias no enterro
Imagino como seria
Me velarem hoje em dia
Vejo todos lá, de preto,
Com lembranças minhas, [e seus discursos]
Ressaltando meu acerto e
Ignorando meus erros
Todos em volta do caixão, e
Como num altar de podridão,
Eu lá esticado, duro
E sorrido, é claro
Pra devolver com juros
Todo escárnio que
A vida me impôs
E se assim for:
Que apodreça a carme inútil!
Que vá, ego sem compaixão!
No fim desta vida fútil
Ao meu lado não quero nenhum chorão
Memórias Póstumas de Brás Cubas?
ResponderExcluir"ego sem compaixão" foi o que mais me marcou.
ResponderExcluirgostei bastante