quinta-feira, 26 de julho de 2012

Prólogo

Dizem que a insônia é uma doença. Ninguem acha estranho que a maioria das pessoas percam um terço de suas vidas dormindo. Para ser mais claro, a média de vida do brasileiro cairia em torno de 20 anos se cortássemos o tempo que ele passou sonhando. Sim, sonhando, embora você não se lembre, as ultimas noites de seu precioso sono foram recheados de sonhos, assim como todas as outras.

Pegue um cigarro, retire seu fumo e misture tabaco no pó de café, coe em água fervendo e tome algumas xícaras durante a noite. Use açúcar, a glicose ajuda a gerar a energia necessária. Depois, fume.

Muitas pessoas veem na noite um bom momento para a reflexão, pensar na vida. Deve ser por isso que a maioria dos suicídios acontecem após o por do Sol. Dizem que o suicídio é um ato de covardia. Eu discordo. Não há nada que desperte mais temor no ser humano que a morte, encara-la serenamente, olhos nos olhos, é um dos atos mais corajosos que se pode ter.

Outros dizem que o suicídio é uma fuga. Fuga para onde? Viver é fugir. Fugimos constantemente da morte, nos entregamos à religião, à fé, aos prazeres e aos desejos das maneiras mais ridículas. Viver é ser covarde. Assim como dormir, pois dormir é uma forma de fugir da vida sem morrer.

È bom ser covarde, ser covarde é gostoso. Se não fosse não haveria tantos. Ninguém quer insônia, ninguem quer revolver seus próprios demônios, todos acham o máximo a grande moral da história da chapeuzinho vermelho.

Chapeuzinho vermelho era uma menina muito obediente que amava seus pais e sua vovó. Um dia sua vovó ficou doente e chapeuzinho quis levar a ela alguns doces. Antes de sair de casa sua mãe lhe avisou para que não fosse pelo caminho da floresta pois era perigoso e havia um lobo mau naquelas bandas. A menina desobedeceu sua mãe e foi pela floresta porque pela cidade era mais longe. O lobo quase a devorou assim como a sua vovó por causa disso. Moral da história: evite os problemas e obedeça seus pais.

O certo seria ir pela floresta e, caso o lobo aparecesse, mata-lo. Ou morrer.

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